- primeiro porque os nazistas não precisariam investir muito neste apoio. O que Franco queria era apenas alguns aviões e armas;
- o segundo motivo, e o mais significativo para Hitler, é que, se Franco conseguisse conter o comunismo na Espanha, desestimularia também as tentativas de se implantar o bolchevismo ou sovietismo na França.
Cerca de um mês depois, chegou à Espanha a Legião Condor, composta por oito esquadrões, sendo quatro de bombardeiros e quatro de combate. O acordo firmado com Hitler dava grandes poderes aos nazistas, que eram subordinados apenas a Franco.
Desde o início, o conflito baseou-se na ocupação de Madri, que, de imediato, foi ocupada pelas tropas de Franco. Os revoltosos dominaram ainda a região da Andaluzia, ocupando Mérida e Badajoz. Os republicanos, por sua vez, ocuparam a fronteira com a França. Em março de 1937, ao término da batalha de Guadalajara, os Republicanos ocuparam a região de Madri.
Em contrapartida os revoltosos, com apoio da aviação Alemã, Legião Condor, tomaram Bilbao, Santander e Gijón. Em julho de 1938, os Revoltosos venceram a batalha do Ebro, o que possibilitou a sua chegada à Catalunha. Entre fevereiro e março de 39 os Revoltosos lançaram sua ofensiva final e, a 28 de março, as tropas de Franco entraram em Madri, encerrando-se assim a guerra civil espanhola.
Os primeiros ataques dos nazistas foram alvos importantes situados em Bilbao. Com a perda de Madri, os revoltosos necessitavam abalar, de alguma forma, os Republicanos. Para isso, adotaram a estratégia de bombardear, ininterruptamente, um alvo qualquer com bombas de fragmentação e incendiárias. O alvo escolhido, muito provavelmente por Franco, foi à cidade de Guernica. Essa escolha deve-se aos seguintes motivos:
- Guernica não tinha população numerosa e nem proteção antiaérea, ou seja, a cidade era um alvo fácil;
- A cidade abrigava um velho carvalho (Guernikako arbola). Sob o qual, desde os tempos medievais os monarcas espanhóis juravam respeitar as leis e costumes dos bascos. Destruir a cidade seria uma espécie de castigo a todos os que imaginavam uma Espanha federalista ou descentralizada. Destruir Guernica significava também abalar, moralmente, os adversários.
Em 4 de maio de 1939 a Prefeitura de Guernica, dirigindo-se ao povo espanhol, divulgou o seguinte comunicado:
"Em pé, diante desde microfone, quero contar o que os meus olhos viram no lugar do que já foi Guernica, e tomo Deus como testemunha: Envergonhados pelo monstruoso crime que cometeram, os rebeldes apelam para a falsidade para camuflar, para negar a mais vil das proezas da História, a total e absoluta destruição da cidade de Guernica. Aquele dia fatal, 26 de abril, era dia de mercado e a cidade estava cheia de gente. Em Guernica havia milhares de camponeses de toda a vizinhança, numa atmosfera de camaradagem basca, e ninguém suspeitava de que uma tragédia se aproximava. Pouco depois das quatro da tarde, aviões jogaram nove bombas no centro da cidade. Procurávamos os feridos, quando mais aviões surgiram, jogando todo tipo de bombas, incendiárias e explosivas. As feras que pilotavam tais aviões, logo que avistavam nas ruas ou fora da cidade uma figura humana, focalizavam nela suas metralhadoras, semeando terror e morte, entre mulheres, crianças e velhos. Tal foi a tragédia de Guernica, cuja verdade, eu, prefeito da cidade, afirmo diante do mundo inteiro. A Milícia estacionada em Guernica, naquele dia, era exatamente a mesma que havia confraternizado todos esses meses com o povo de Guernica, ganhando sua afeição. Foi a primeira a prestar auxílio naqueles momentos terríveis. Não foi nossa milícia que ateou fogo a Guernica, e se o juramento de um alcaide cristão e basco tem algum valor, juro diante de Deus e da História que aviões alemães bombardearam cruelmente nossa cidade até riscá-la do mapa." Guernica foi ferida, mas não morrerá. Da árvore brotarão novas folhas verdes em toda primavera; seus filhos a ela retornarão; suas casas serão reconstruídas, suas igrejas escutarão novamente seus hinos e preces... Guernica, o símbolo de nossas liberdades nacionais, e o símbolo da ferocidade do fascismo internacional, não pode morrer."
Fonte: História do Século 20, volume 4 - Abril Cultural
Fonte: http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/analise/guernica/panorama.html > acesso em 08-06-08.
Um comentário:
muito bom me ajudou em duas disciplinas artes e historia esse bimestre é 10 huuuuu
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